Te nomearei Pedro
e negarás o meu amor
em três mil luas
três mil sóis
três mil versos.
Enquanto negares,
cantarão galos,
rouxinóis
e corujas.
Tens a chave, mas não a usarás:
conservarás cerradas portas,
janelas
olhos
e bocas.
Chorarás e rirás com meus encantos e desencantos
com os três socos que levei na mesma semana.
Pedro, me perdoarás por ter oferecido
a outra face?
Toma, pois, esta oferenda.
Não conseguirás possuí-la impunemente.
Mas a mereces, porque foste o primeiro,
porque ousaste atender ao chamado,
porque reconheceste os sinais da Anunciação.
Maria Angélica
e bocas.
Chorarás e rirás com meus encantos e desencantos
com os três socos que levei na mesma semana.
Pedro, me perdoarás por ter oferecido
a outra face?
Toma, pois, esta oferenda.
Não conseguirás possuí-la impunemente.
Mas a mereces, porque foste o primeiro,
porque ousaste atender ao chamado,
porque reconheceste os sinais da Anunciação.
Maria Angélica
Olá Angélia,
ResponderExcluirAdorei o seu trabalho, assim como vc a minha vida começou quando descobri o sentido da leitura e daí passei a ver o mundo com outros olhos... Vejo ainda que só a literatura tem essa mágia de encantar e desencantar o homem. Logo precisamos ler e lendo nos redescobrimos , para isso não existe tempo por ele é o senhor de todas as coisa.
Parabéns por este lindo trabalho com a sensibilidade poética.
Gedean
Não serei pedro,
ResponderExcluirmuito menos porta
que se feche
da paixão
aos estertores.
Escancaro-me vil
em bocas, gritos
e orifícios tantos,
rastejando-me
na inventada dor
fatal.
(Não quero
a outra face.
Quero todas
e todos
os possíveis
inimagináveis
cenários sensuais)
Rasgo-me o peito
em imundo gesto
teatrágico.
Dou-te afinal
em réplica
esta poça rubra
em que me estrebucho
agonizante.
E nos últimos suspiros
dou-me ao desfrute
ainda
de rabiscar
languidamente (epa!)
na lustrosa base
de porcelanato:
OI, MONSTRA,
ONDE TE ESCONDESTE
QUE TE BUSCO HÁ SÉCULOS?...
Henoch
ResponderExcluirTe busco há muito tempo
em cada homem sério(?)
atrás dos óculos e do bigode.
geo.madureira@bol.com.br
CRONOS
ResponderExcluirEntre nós há o tempo.
Tempo de Calíope.
Que resgata
escadas barulhentas
e tábuas semirrotas
de um primeiro piso
onde encontramos Fernando
e outras Pessoas...
Tempo mágico
que nos lança no
País das Maravilhas:
Flagramos Alice
atarantada
com o primeiro baseado...
E (n)ívea dentadura
revela
o sorriso
do gato
na literatura
contemporânea.
Tempo galante
onde El Cid
cavalga empertigado
e enfrenta mouros
e malícias
eternizadas
em cantigas
de escárnio
e maldizer.
Ah! os homens sérios
atrás dos óculos...
Drummond tinha bigode?
Entre nós há um tempo
de salões e portadas
machadianos
enfeitados
de volutas e
caras
angélicas
Onde se anexam
mestras bem queridas
rechonchudas
cristalizando
a língua de Keats
em bolas de sorvetes
e pipocas.
(Tempo doce-azedo
que desmancha prazeres
e constrói prédios chiques
onde habitavam os mestres
e as musas)
Entre nós rola um tempo
sem relógio
nem tics
marcad
o por
frág
eis
amp
ulh
etas
que
desp
ej
am
pes
so
as
e
po
e
t
a
s
Green (!!!!!!????)
ResponderExcluirNosso tempo é sem tempo, sem prazo de validade, sem hora marcada.... Tempo de alices, escadas, El-Cid, brincadeiras em latim,quem se importa com o bigode de Drummond? Fiquei feliz hoje. Quase não quero te encontrar só pra continuar procurando. Godot? Não. Esperando você.